Seletiva Monbusho – 2a fase: Entrevista [Pt]

Um dia antes da entrevista a Marta ligou e pediu para enviar o projeto e o meu currículo por email. Ainda bem que ela me ligou de novo no dia da entrevista e lembrou de enviar, pois eu tinha esquecido. x_x

Chegado o dia da entrevista, 16 de junho, eu estava bem preparada.

Levei:

  • Currículo,
  • Projeto,
  • Portfólio (que deu uns erros de codificação na impressão que eu só vi depois x_x),
  • A minha HQ – BloodHound (que, impressa na gráfica, estava com todas as retículas distorcidas -_-),
  • O Memorial Descritivo da HQ – a fundamentação teórica de 80 páginas,
  • Carta de recomendação do meu orientador (que tomou o cuidado de já deixá-la em inglês. Obrigada!)
  • Páginas impressas sobre o mestrado do site de Kyoto Seika Daigaku
  • Cópia dos emails que troquei com Jaqueline Berndt, diretora do Mestrado de Kyoto Seika University
  • Revista Nippon  “Jappan – Headquarters of Manga” (com matéria sobre Kyoto Seika destacada)
  • Cópia do regulamento para a Bolsa.

Cheguei 20 minutos antes do meu horário, enquanto outro candidato ainda estava sendo entrevistado. Aproveitei o tempo de sobra para revisar o projeto e me preparar mentalmente para falar em inglês e em japonês, se necessário. Revisei minha apresentação e o que talvez precisasse falar.

Uma das funcionárias da embaixada, que me guiou para o lugar da entrevista (infelizmente não lhe perguntei pelo nome), puxou conversa comigo. Papo vai – papo vem, descobri que dos 40 que fizeram as provas, apenas 12 foram selecionados para as entrevistas.

A conversa com ela tirou um pouco da tensão que eu sentia, e me deu um boost de confiança.

Então, enfim fui chamada.

 Entrei no salão, que estava todo vazio, exceto pela fileira de mesas dispostas em forma de “[” (colchete). Quatro pessoas desconhecidas, 3 orientais (uma moça, um moço de terno e um homem que me lembro como sendo grisalho) e um brasileiro (de terno), estavam sentados na parte central. À esquerda, estava Inoue-san, secretária da Embaixada (que eu reconheci da palestra), e à direita, estava Marta. Em frente às mesas tinha duas cadeiras vazias.

A principio, falaram comigo em português. Pediram para que eu me apresentasse e explicasse um pouco do projeto. Depois, fizeram uma série de perguntas em relação à detalhes do projeto: como exatamente eu mediria tais ou outros resultados, como eu planejava realizar tal fase da pesquisa, por que exatamente deve ser uma pesquisa acadêmica, como exatamente eu pretendo aplicá-la no Brasil, como eu gostaria de atuar no mercado, etc. Algumas pessoas me perguntavam em inglês, e eu respondi da melhor forma que pude. Falei muito menos japonês do que esperava, e até nos momentos em que eu poderia trocar pro japonês eu acabei não o fazendo (me arrependo).

Destrinchado o projeto, perguntaram sobre Kyoto Seika, então mostrei os emails e as páginas impressas. Mostrei também meu portfólio, e o TCC. Me perguntaram sobre o que eu gosto da cultura japonesa, se eu praticava esportes (aproveitei pra fazer o filme do Cesar Minakawa e do Tae Fight 8D) perguntaram o que minha família acha de eu ir pro Japão, o que meu namorado faria se eu fosse, como era a minha saúde, se eu não tinha medo de ir pro Japão por conta dos acidentes nas usinas nucleares e quais eram meus planos caso eu não consiga a bolsa. A surpresa foi grande quando falei “vender meu carro e ir pro Japão“. Acho que não esperavam essa determinação, hehehe.

Por fim, a Marta, que ficou em silêncio quase o tempo todo, comentou:

Você não colocou no currículo, mas canta em japonês, né? Até participou do festival de música japonesa.

Os entrevistadores sorriram, perguntaram se era verdade e se eu poderia cantar um pouco pra eles. Eu estava com a garganta seca e por algum motivo, ao invés de tentar cantar, acabei falando sobre a Caravana de Karaoke da qual participei (ganhando a fase estadual) em 2006, e falei da Filler Killer, minha banda cover de música japonesa.

E mais ou menos por aí, a entrevista terminou.

Apesar de eu ter esquecido de mencionar o Daigakusei Kenshu (o curso de japonês que fui fazer em São Paulo em janeiro) e da carta do orientador (D’oh!), saí de lá com uma sensação boa, de ter causado boa impressão. Até tomei uma latinha de coca-cola.

Então, foi mais uma semana de expectativa e matutamento. A promessa de feedback era pra sexta-feira depois da entrevista, ou na segunda-feira da outra semana, independente do resultado.

No dia 20 de junho, de manhãzinha, recebi a ligação da Marta, dizendo que “fui selecionada“.

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